terça-feira, 21 de junho de 2011

Dessa vez, no largo do japonês

Apesar do atraso da postagem, viemos trazer nossas impressões sobre
a nossa experiência com o carrinhodemãoteca pela primeira vez
interinamente (xD) na praça do Largo do Japonês.
Já de cara percebemos a primeira dificuldade a enfrentar: a enorme maioria das pessoas que viam o carrinho de mão cheio de livros, duas pessoas uniformizadas e aptas a conversar de cara associavam a figuras comerciais. Até que um número bom de pessoas iam chegando ao carrinho, criando um interesse. Mas o primeiro argumento era a falta de dinheiro. E lá vamos nós explicar como funciona a biblioteca de emergência... E depois da explicação sempre vinha o espanto, a surpresa em saber que nem tudo precisa ser tão burocrático, ou custar dinheiro. Quando ouvíamos um "Ué, mas e se eu não trouxer mais o livro?" e em seguida explicávamos que justamente o intuito era o de mostrar o compromisso com a leitura e disseminação da cultura, e não com alguma instituição, aí o espanto era transmitido para nós, em ver que as pessoas ficavam impressionadas com a confiança depositada nelas e em ver que questionavam-se sobre seus próprios valores.

Opa! Novos supostos leitores chegando. Dois. Depois mais dois. E quem são esses últimos dois? Fiscais da prefeitura. Depois da Sptrans ter barrado nossa primeira ação no Terminal V.N. Cachoeirinha, agora tivemos que explicar que não estávamos vendendo nada, traficando drogas, idéias partidárias ou religiosas, mas apenas disseminando conhecimento. O engraçado era que nós também trabalhamos num órgão público. Eles se olharam bastante confusos, e decidiram a situação da seguinte forma:
"Bom, não tá vendendo nem nada, então acho que pode, né?"
"O senhor não quer aproveitar e dar uma olhada nos livros pra levar um?"
"Ahh não dá... É que não tenho tempo."
Opa! Precisa dizer mais?

Mas, no mais, nossa primeira passagem na carrinhodemãoteca foi uma experiência muito gostosa e produtiva. Foi uma pena não termos um aviso para mostrar que não estávamos vendendo livros, mas mesmo assim conseguimos voltar para o CCJ com um saldo de 4 novos leitores. Tentamos bastante ver quais livros podiam bater com cada um, e achamos que deu certo. Além disso, esses 4 leitores levaram livros bem distintos entre si em relação às suas propostas e linguagens. Foi aí também que vimos uma barreira na carrinhodemãoteca: Há nitidamente uma dificuldade às pessoas acessarem a linguagem da grande maioria dos livros que hoje se encontram no carrinho... Será que o carrinho não precisa de livros mais simples, que façam os leitores sentirem-se mais próximos da literatura propriamente dita, de linguagens mais acessíveis para, consequentemente, crescer nessa construção de si como leitor?

Enfim, essas são impressões que ficam... Dentre muitas outras mais...







CRÉDITOS PARA AS FOTOS: REGICIDA


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